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terça-feira, 30 de agosto de 2011

ASAPH BORBA ENTRE A FÉ, A EMOÇÃO E A RAZÃO


Com 35 anos de ministério, 70 discos gravados e mais de 2 milhões de cópias vendidas, Asaph Borba – o pai do canto congregacional brasileiro – revela fatos inéditos, acerca de sua vida e ministério
Por Oziel Alves 
*Entrevista publicada na Ed. 20/Fev da Revista Música Cristã e Sonorização 
Talvez você não saiba, mas provavelmente a grande maioria das músicas (também chamadas de corinhos) que você aprendeu a cantar numa igreja evangélica a partir da década de 80, é da autoria desse cidadão baixinho, agora mais magro, de barba eterna, olhos azuis e olhar intenso, que apesar da simplicidade, humildade e simpatia contagiante, tem uma história de vida exemplar que impõe respeito e provoca admiração. 
Para Asaph Borba, lá se vão 35 anos de ministério como compositor, arranjador, produtor, maestro, músico, mas acima de tudo, como um grande adorador e discípulo de Jesus Cristo, já que é assim que prefere ser chamado, quando diz que - apesar de compreender a necessidade dos rótulos - não se sente muito à vontade com a pomposidade de títulos como artista, cantor ou ministro de louvor. 
Quem conversa com este homem - calmo, de sábias palavras e discipulador de boa parte dos artistas cristãos que hoje fazem a diferença no cenário da música gospel brasileira - jamais poderia imaginar que, não fossem as orações da mãe e a atitude ousada de um líder, tudo poderia ter sido diferente. 
No começo da década de 70, Asaph era hippie. Viciado em drogas dos 13 aos 15 de idade, fazia seu pé de meia, vendendo artesanatos à beira do mar. Sua mãe, preocupada com a situação que se agravava, resolveu pedir ajuda ao pastor da comunidade onde freqüentava os cultos. “Ele me procurou uma vez e eu não abri a porta. Outra vez, mas novamente eu não o atendi. Num determinado dia, eu disse a minha mãe que queria falar com ele e foi assim que tudo começou” diz Asaph. Erasmo Ungaretti, na época, pastor da Igreja Metodista em Porto Alegre, numa atitude ousada e muito comum ao conservadorismo de seu tempo, sabendo do gosto de Asaph pela música, decidiu convidá-lo para tocar violão no culto, daquele mesmo dia. “No dia seguinte eu estava lá, e em agosto de 1974, me converti”. Envolvido na área da musical da igreja, em 1976, Asaph passou a viajar com Erasmo, ministrando o louvor em Igrejas de todo o Brasil e é a contar deste ano que, em 2011, ele comemora quase quatro décadas de ministério, agora sob o discipulado do pastor Moyses Moraes, que, assim como Erasmo, mora no mesmo prédio e é seu vizinho de apartamento. 
Do começo em 1978, com o lançamento do seu primeiro álbum “Celebraremos com júbilo” com o americano Donald Stoll, a dupla Don & Asaph - quando álbum era álbum mesmo, de vinil - até seu mais recente “Rastros de Amor”, uma super produção recém gravada pela Som Livre na PIB de Curitiba - Asaph nunca perdeu a perspectiva do seu chamado: levar a igreja a uma adoração genuína. 
Numa época em que a comunidade cristã só cantava hinos da harpa ou do cantor cristão, suas pequenas canções, a maioria salmos musicados, literalmente transformaram o ritual do louvor congregacional em boa parte das igrejas evangélicas brasileiras, introduzindo uma nova cultura de adoração. Por isso, hoje, podemos dizer sem medo de errar, que Asaph é o “pai” do canto congregacional da igreja pós-moderna brasileira. Com hinos como “Ao nosso Deus”, “Celebrai”, “Digno de Glória”, “Estamos reunidos”, “Jesus em tua presença”, “O meu louvor é fruto”, “Superabundante graça”, “Tu és soberano” e centenas de outros cuja lista sequer caberia aqui, o menino que outrora vendia artesanato para bancar seu vício, fez fama e acabou ganhando notoriedade no mundo inteiro. Com a Life Produções, lá se vão 70 discos gravados em 9 idiomas – entre eles, árabe, hebraico, inglês, alemão, assírio, etc -, mais de 2 milhões de cópias vendidas e cerca de 350 gravações de e para outros artistas, além de parcerias com Adhemar de Campos, Gerson Ortega, Daniel Souza, Fernandinho, Nívea Soares, entre tantos outros. Isso sem falar nos projetos junto à Adhonep (Associação de Homens de Negócios do Evangelho Pleno) e o seu ministério internacional intitulado Bridges of Love (Pontes de Amor) que tem atendido a dezenas de nações em todo o continente americano, Europa e sobretudo no Oriente Médio, em países como Jordânia, Egito, Líbano, Turquia, Israel e Irã.
Asaph, que é mineiro de nascença, para realizar o sonho de seu pai, mas gaúcho de coração, já que sempre morou no RS, é membro da Igreja Comunidade em Porto Alegre (RS), tem 53 anos e é casado com Lígia Rosana, com quem tem dois filhos, Aurora e André. No mês de janeiro, apesar de estar com sua agenda lotada até o final de 2011, Asaph prontamente recebeu nossa equipe nas dependências do estúdio Life, para um bate-papo descontraído (com direito a barras de chocolate e café) mas cheio de inspiração, para falar sobre sua vida, os 35 anos de ministério, sua visão de música, igreja e claro: dos projetos que pretende realizar nos próximos 35 anos de ministério. 
OZIEL ALVES: Era 1974, você tinha 15 anos, era hippie, usuário de drogas e, um pastor que verdadeiramente se preocupava com você, com atitudes a frente do seu tempo, lhe convida para tocar no culto, do jeito que você está, sem lhe impor nenhuma condição de santificação. Lindo, nobre, divino. Mas você indicaria este tipo de atitude para os pastores de hoje? 
ASAPH BORBA: Eu acho que a gente deveria ter mecanismos pra assimilar pessoas. E, obviamente isso significa assimilar as pessoas como elas são. Claro, com os devidos cuidados, né? Tem que ser guiado por Deus para ter uma atitude destas. É preciso ter certeza da direção divina para pegar um drogado e entregar um violão pra ele tocar naquele mesmo dia no culto. Lembro de um livro do David Wilkerson onde ele conta o que fez com Nick Cruz – de uma outra forma, é claro - no dia em que ele foi fazer um grande evento lá no Brooklyn. E ele disse: “Hei, você, vem cá me ajudar com as ofertas”. Ele deu o gazofilácio pro Nick, um baita drogado, baita marginal... Imagina, recolhendo a oferta? Anos depois, o Nick Cruz conta que sua conversão começou quando ele passou por um lugar onde poderia ter fugido com todo aquele dinheiro. A minha começou quando ele me convidou para trabalhar. 
OZIEL ALVES: Como era o universo da música gospel na época que você começou? 
ASAPH BORBA: Havia poucos nomes que se sobressaíam ou que tinham certa expressão no segmento. Tinham os nomes tradicionais como Vitorino Silva, Ozeias de Paula, Luiz de Carvalho... Enfim, estes nomes já aconteciam no Brasil. Mas a cena era muito pequena, muito limitada às igrejas. A música era basicamente tradicional. 
OZIEL ALVES: Você ainda é anterior ao Adhemar de Campos? 
ASAPH BORBA: Sim, eu comecei a produzir discos, uns três anos antes dele. O Adhemar se converteu no mesmo ano que eu, e começamos o ministério no mesmo ano também, em 1976. Só que eu gravei antes. Eu comecei a produzir e a gravar em 77, 78. Ele só em 81, 82. 
OZIEL ALVES: Quem era a sua principal influência na época? 
ASAPH BORBA: O principal nome que marcou a minha vida foi um cara chamado Volo, que era da ABU (Associação Bíblia Universitária) e ele tinha um disco que se chamava “A lua não pode e não poderá fazer” que era, absolutamente, inovador para a época. Eram músicas super jovens, mas cristãs. Foi a primeira música cristã que falou comigo, de fato. Depois, no final de 76, início de 77, eu conheci Vencedores por Cristo, com uma batida jovem, também, absolutamente inovador, que certamente, foi uma grande influência na minha vida. 
OZIEL ALVES: Quando é que surge a ideia de compor cantos congregacionais? Houve influência norte-americana? Houve alguma pretensão de sua parte no sentido de criar algo que pudesse inovar o ritual de culto? 
ASAPH BORBA: Não. Nasceu sem pretensão e sem qualquer influência americana, apesar do Don Stoll compor juntamente comigo. Nasceu como uma prática. Eu e o Don começamos juntos porque nós ministrávamos juntos, aqui na Igreja Metodista em Porto Alegre. Então, ele foi uma influência, somente neste sentindo. 
OZIEL ALVES: Mas havia uma insatisfação tua, com a liturgia congregacional, isto é com os cânticos da harpa e do cantor cristão? Você estava à procura de inovação? 
ASAPH BORBA: Não, nunca pensei nisso. Simplesmente fizemos. Foi algo que surgiu, espontaneamente. Um formato curto e fácil de tocar. Não sei explicar o porquê. Não foi uma coisa consciente... Foi algo que simplesmente, fizemos. 
Harmonia simples, tocando simples e com palavras simples. O que pouca gente sabe é que nossas composições, eram textos bíblicos inicialmente e acabou se tornando uma ênfase do nosso trabalho, porque o Donald não falava português e eu não falava inglês. Nós éramos amigos, queríamos servir e tínhamos a Bíblia em comum. Foi assim que surgiu. Decidimos cantar a Bíblia. Daí o ministério cresceu e os pastores nos levaram daqui Brasil à fora. Depois conhecendo o mundo e as igrejas, descobri que na década de 70, com o avivamento que ocorria no mundo, também surgiram cantos congregacionais em outras nações, como Rússia, por exemplo etc.
OZIEL ALVES: Como você se sente com este título que é atribuído a você: PAI DO CANTO CONGREGACIONAL NO BRASIL?
ASAPH BORBA: Nenhum título entra no meu coração. Mas, se sou reconhecido como pai, é porque tenho algum tipo de paternidade. A única coisa que eu faço é honrar esta paternidade. Honro através do meu testemunho, da continuidade, do apoio a muitos irmãos e dos muitos filhos que tenho nesta área do louvor e adoração. 
OZIEL ALVES: Qual a sua opinião sobre a cobrança de cachê? 
ASAPH BORBA: Eu não sou a favor do cachê pré-determinado, porque não é um padrão bíblico. Mas eu creio que todo mundo que vive do ministério, tem que ser honrado. 
OZIEL ALVES: Quando você recebe convites para ministrar, você negocia valores? 
ASAPH BORBA: Eu não cobro cachê. Não negocio. Eu mando uma folha onde a pessoa tem que dizer a data do evento, o tipo de evento e em quanto esta disposta a abençoar o nosso ministério. 
OZIEL ALVES: Há quase 14 anos, você decidiu investir em missões no Oriente Médio. Como surgiu o projeto Bridges of Love e por que a Jordânia foi o teu primeiro destino? 
ASAPH BORBA: Tenho um bom inglês. Foi em função disso, que acabei participando de muitos projetos pelo mundo inteiro com a missão Portas Abertas em Cuba, Peru, Colômbia, Europa. Foi através destes irmãos que recebi oconvite para desenvolver um projeto de gravação e produção com os irmãos árabes. Eles queriam servir ao Senhor com um grupo de música, mas não sabiam como fazer aquilo. Eu disse: Vamos fazer uma produção. Cheguei lá, montei um estúdio, como eu faço sempre, em seguida começou a nascer uma bela equipe de louvor. Começamos a produzir, treinar, capacitar pessoas e acabamos fazendo grandes projetos. Daí surgiu a ideia de montarmos um estúdio. Arrumamos dinheiro e montamos o estúdio na própria igreja, lá na Jordânia. Eu não fico com nada, dôo tudo. Fiz isto em Cuba, fiz isto no Peru. No Peru eu só entrei com o treinamento técnico, uma entidade americana deu o estúdio. Mas em Cuba nós financiamos uma grande parte do estúdio. 
OZIEL ALVES - E as tuas músicas já estão entrando lá, de alguma forma? 

ASAPH BORBA: Sim, vagarosamente. Eu sempre valorizei o que as pessoas têm. Esta é uma outra tônica do nosso ministério. Nunca impus a minha música como um padrão que deve ser cantado ou tocado. Eu sou um simples exemplo do que as pessoas podem gerar e produzir. Eu valorizo o que as pessoas têm. Fiz isto com o Benê, com a Alda, com o Silvério, com o Márcio, com o Adhemar, o Cláudio Claro, David Quinlan... Todos estes irmãos foram irmãos que eu conheci nos primeiros passos, como Daniel de Souza, Davi Silva, Mike Shea. Todos estes irmãos são pessoas que me respeitam por este começo. Eu os vi em uma igreja, e valorizei o que eles tinham. E com uma grande parte destes irmãos, eu participei de alguma forma dos primeiros discos deles. Ludmila Ferber, Cirilo... Um grande grupo de pessoas. Estes são os irmãos que hoje me chamam de pai. É por causa disto. Porque eu os ajudei a dar um primeiro passo. Eu falei de uns dez, doze, mas tem quatrocentos; inclusive o disco de um deles está saindo daqui este mês. O Daniel de Souza era o meu baixista, por exemplo...
MCS: Como “pai” que conselho você dá a estes artistas, sobretudo com relação aos manjares que a fama pode oferecer? 
ASAPH BORBA: Caráter! Mantenha o teu caráter submisso. Não perca a simplicidade. Você pode ter frutos... hoje eu tenho bons carros, uma estrutura que Deus tem nos dado, tenho sítio, tenho casa na praia, mas nada disso é a prioridade do meu ministério. Eu deixo tudo isto, por amor a Deus. 
OZIEL ALVES: Ainda falando do seu trabalho no mundo Árabe (Istambul, Turquia) por exemplo, onde apenas 3% da população se intitula cristã. Trabalhar lá, lhe dá a sensação de recomeçar, já que no começo do seu ministério aqui no Brasil menos de 5% da população era evangélica? 
ASAPH BORBA: Sempre! Um eterno recomeço! Não é um recomeço com gosto de derrota é uma continuidade. Uma conquista. Na Jordânia, não tinha adoração. Os irmãos se reuniam pra cantar dois, três hinos no culto, e a gente começou a ensiná-los a adorar...Eu tenho agenda pra todos os dias da minha vida se eu quiser e ainda sobram algumas centenas, mas dedico parte do meu tempo para, por exemplo, sentar com cinco irmãos no Oriente Médio e gerar a vida de Deus, gerar neles o compromisso, ensiná-los a adorar. Todas estas músicas eu ministro lá, em Árabe.
OZIEL ALVES: Em quais os países o seu projeto “Bridges of Love” está presente? 
ASAPH BORBA: Síria, Jordânia, Líbano, Turquia, Emirados Árabes, Egito, Iraque, Palestina... já fizemos no Chipre, enfim... 
OZIEL ALVES: Ser exemplo. Qual é o preço disso? Tem renúncia?
ASAPH BORBA: Preço? Fidelidade. Ser fiel em tudo. Não deixar nada com a marca da infidelidade. Não pagou a conta? Deu um cheque que voltou? A fidelidade é o preço do meu ministério. A pessoa fiel é fácil de ser seguida. O fiel é previsível. Por isto que as pessoas me acham exemplo de vida. Linearidade. Meu rastro pode ser seguido com facilidade. O que eu prego é fácil de entender. O que eu canto é fácil de reproduzir. Eu cedo minhas músicas pra todo mundo gravar. Hoje mesmo eu mandei duas autorizações. Quase toda a semana eu dou duas ou três autorizações. Cedo livremente para os irmãos. Então, isto deixa uma boa marca vida afora. Sobre a renúncia, eu não a vejo como a principal ênfase da minha vida. Minha esposa tem um nível de renúncia muito maior que o meu. Ela fica com os filhos... nós temos uma filha excepcional que ela que cuida. E... o ficar em casa gerindo, né... talvez, seja mais difícil... 
OZIEL ALVES: Há grandes tentações na fama, Asaph? 
ASAPH BORBA: Daí entra a fidelidade. Neste caso, quando você esta sozinho e renuncia um assédio, por exemplo, você não esta renunciando, você esta sendo fiel. Fiel a minha esposa, aos meus princípios, a uma igreja, a um testemunho de vida. Quando um líder de qualquer tamanho cai, sempre cai alguém junto. Se não atingir ninguém, atinge a família. O mecanismo que funciona muito bem pra isso, é aquele de estar submisso a outro ministério. Por exemplo, os meus pastores até hoje são meus pastores. A filha do pastor Erasmo, trabalha comigo há vinte anos. É importante ter pessoas ao seu lado que tenham acesso a sua vida, que possam te dizer: isto é um perigo. Eu já tive irmãos conhecidos do Brasil, que tinham saído de suas casas, largado suas esposas, e eu cheguei e disse: não faça isto! Peguei um avião com a minha esposa e fui para um grande escritório no Rio de Janeiro, e disse: “Não faça isto, Deus me trouxe aqui para restaurar sua família”. Liga pra sua esposa, agora. (Ele disse, ahh mas eu já saí de casa!) – Liga agora! Deus vai fazer uma obra em sua vida. E Deus fez. Está lá. Vida restaurada, casamento restaurado, acabaram de ter mais um filhinho. Quando uma pessoa para de ouvir os outros irmãos, aí começa a sua queda. 
OZIEL ALVES: E quando um ministro dá um passo em falso, é possível se levantar e seguir caminhando, novamente? 
ASAPH BORBA: Sim, mas se ele não restaurar sua família, dificilmente continuará seu ministério. 
OZIEL ALVES: E se ele construir uma outra família? 
ASAPH BORBA: Vai ser com o limite de quem construiu uma outra família. Ele vai perder uma porcentagem do seu público. Ele vai perder uma porcentagem de sua atuação, do seu testemunho, da sua autoridade espiritual. É uma pessoa que nunca mais terá plena autoridade espiritual. 
OZIEL ALVES: Mas nem por isso ele estará para sempre errado? 
ASAPH BORBA: Eu não vejo nenhum acerto, por qualquer razão, em destruir a sua família, ou deixar a sua família se destruir. Não há nenhuma realidade espiritual plausível, que diga que a pessoa acertou em deixar esta mulher para casar com outra. Não há fundamento bíblico pra fazer esta afirmação, mas eu sei que acidentes acontecem na vida das pessoas, e se elas não restaurarem tudo o que ficou para trás, elas vão ter que conviver com esta limitação. 
OZIEL ALVES: Asaph é verdade que a música “Aos olhos do pai” da Ana Paula Valadão foi uma composição escrita em homenagem a sua filha? 
ASAPH BORBA: Para Aurora... (Risos) É... Foi, isto mesmo! A Ana quando compôs este cântico, telefonou pra Aurora e deixou registrado que tinha feito uma música pra ela. Disse que ela era uma obra prima, e quando a Aurora fez 15 anos a Ana gravou um vídeo, dizendo a mesma coisa. 
OZIEL ALVES: Sobre a cura da sua filha. É verdade que você não vai sossegar enquanto Deus não curar a sua filha? 
ASAPH BORBA: Eu não vou parar de pedir! Enquanto a Aurora tiver um fôlego de vida, eu e a minha esposa vamos orar pela cura integral da Aurora. Deus não curou ontem, pode ser que cure hoje, ou amanhã... Não muda nada na minha fé, na minha expectativa, na minha esperança. Nós cremos que a Aurora pode ser curada todos os dias, sim. 
OZIEL ALVES: Qual é o problema dela, de fato? 
ASAPH BORBA: Síndrome de Prader-ville. Uma síndrome bem conhecida, mas que dá muita obesidade, uma hipotonia e retardo mental muito grande. 
OZIEL ALVES: Você conhece alguém no mundo que tenha sido curado desta síndrome? 
ASAPH BORBA: Não. 
OZIEL ALVES: E isto não abala a tua fé? 
ASAPH BORBA: Não. Eu já vi gente ressuscitar. Eu já vi uma criança ressuscitar dentro do meu próprio carro. Um menino que morreu na beira da estrada, eu o coloquei no carro e levei para o hospital orando. E... ressuscitaram o menino no hospital. É o mesmo Deus... Eu não sei quantas variantes há em tudo isto, mas eu tenho aprendido Oziel, a no caso da Aurora, especificamente - pra ficar registrado - que o importante pra Deus não é a cura, é o processo. A Aurora é um processo, de muitos processos que Deus permite na vida de homens de Deus. Na vida de ministros. Na vida de pessoas. Cada pessoa tem alguma coisinha que Deus deixa. 
OZIEL ALVES: E são nestes momento que você canta... “Sim eu sei Senhor que tu és soberano, tens os teus caminhos tens teus próprios planos...” 
ASAPH BORBA: (Risos) Infinitamente mais... 
OZIEL ALVES: O que há com sul Asaph? Você é o único nome na área da música que saiu daqui e ganhou fama e notoriedade. Por que só você? 
ASAPH BORBA: Não sei. Talvez porque as igrejas não incentivam as pessoas a saírem daqui, não investem, não produzem. Poucas igrejas tem a visão de ter pessoas e liberar-las pro ministério. Todas as igrejas querem o ministro de louvor pra ficar lá. Eu não. Eu fui um homem constantemente, enviado. Se os pastores tiverem a visão de gerar pessoas para enviar, teremos mais pessoas. 
OZIEL ALVES: Você já fez música para vender? 
ASAPH BORBA: Não... fazer música é... É sempre um fruto. É o resultado de uma experiência de vida. Não faço música pra vender, mas eu sei que vou colocar em um disco e vai vender. 
OZIEL ALVES: De todas as músicas que você compôs, qual a que mais te tocou? 
ASAPH BORBA: Bah... “O Meu louvor é fruto” sem dúvida alguma... “Eu sei que foi pago um alto preço”... e de adoração... “Jesus em tua presença reunimo-nos aqui”. Esta música significa muito pro meu ministério. Ela que me jogou pra fora do Brasil, com muita força. E, claro a música “Jesus”, que é a minha música mais gravada, mais cantada em todos os países por onde o meu ministério já esteve. É a música que mais me gerou dinheiro, recursos e venda e tem apenas uma palavra: Jesus. O Benny Hinn usa ela, em suas cruzadas. 
OZIEL ALVES: Asaph, a humildade só vem depois de muito elogio? 
ASAPH BORBA: Não sei. Acho que o que gera a humildade não é o elogio, mas em nosso caso, é o caráter de Jesus. Talvez esta seja a chave desta entrevista. O que eu mais quero na vida de um homem é que seu caráter seja parecido com o de Jesus. É impossível uma pessoa que queira parecer com Jesus, não querer buscar a humilde. Humildade não é um resultado. É uma busca. 
OZIEL ALVES: E, agora, daqui pra frente como será? 
ASAPH BORBA: Quero mais 35 anos de ministério, no mínimo. Meu grande projeto esta só começando. Meu grande projeto é ganhar mais nações pro Reino de Deus. 
OZIEL ALVES: Você entrou pra faculdade de comunicação social e está quase se formando. Qual o objetivo de voltar aos bancos escolares? 
ASAPH BORBA: Entrei, em primeiro lugar (Risos). Bem, quero ampliar toda área de comunicação da Life... O meu credenciamento jornalístico também é importante, para este andar, porque esta cada vez mais difícil circular pelo mundo, sendo apenas um ministro do evangelho. 
OZIEL ALVES: Você está com dois livros quase prontos para serem lançados. Sobre o que tratam e por qual a editora você deve lançar? 
ASAPH BORBA: Um é sobre a minha história (Biografia) e outro sobre A adoração como um estilo de vida. Ainda não sei, por onde vou lançar, vamos ver. 

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